segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Filme : Irena Sendler - O coração valente.

 "Continuo com a consciência pesada de ter feito tão pouco"...
Irena Sendler



Irena Sendler, durante a segunda guerra mundial, salvou mais de 2500 crianças no gueto de Varsóvia. Longe de se sentir uma heroína, permaneceu  desconhecida por anos 

Embora o instituto Yad Vashem tenha a reconhecido e conferido a ela o título de "Justo entre as nações".Irena só se tornou verdadeiramente conhecida  em 2000, quando quatro alunas de uma escola secundária no Kansas, ao ler sobre ela em um artigo, buscaram por mais informações e se surpreenderam ao descobrir a sua história e que a mesma ainda estava viva em Varsóvia.  As alunas desenvolveram um peça intitulada de "LIFE IN A JAR" que teve grande aceitação e foi representada centenas de vezes não só nos EUA como no Canadá, até finalmente chegar aos palcos da Polônia.


Irena nasceu em 15 de fevereiro de 1910, em Otwock, próximo a Varsóvia. Filha única do casal Krzyzanowski, a família sempre manteve relações com a comunidade judaica da cidade pois seu pai, Stanislaw, era médico e atendia a vários judeus.  Irena não era judia, vinha de uma família católica que entendia que não são os rotulos que determinam quem somos.

 Quando a Alemanha Nazista invadiu o país em 1939, Irena era assistente social em Varsóvia, trabalhava com enfermeiras e organizava espaços de refeição comunitários da cidade.  Graças a ela, esses locais não só proporcionavam comida para órfãos, anciãose pobres como lhes entregavam roupas, medicamentos e dinheiro.

Em 1942, os nazisstas criaram um gueto em Varsóvia, e Irena, horrorizada pelas condições em que ali se sobrevivia, uniu-se ao Conselho para a Ajuda aos Judeus, Zegota. Ela mesma contou:
Quando Irena caminhava pelas ruas do gueto, levava uma braçadeira com a estrela de David, como sinal de solidariedade e para não chamar a atenção sobre si própria. Pôs-se rapidamente em contacto com famílias, a quem propôs levar os seus filhos para fora do gueto, mas não lhes podia dar garantias de êxito. Eram momentos extremamente difíceis, quando devia convencer os pais a que lhe entregassem os seus filhos e eles lhe perguntavam:
"Podes prometer-me que o meu filho viverá?". Disse Irena, "O que poderia prometer, quando nem sequer sabia se conseguiriam sair do gueto." A única certeza era a de que as crianças morreriam se permanecessem lá. Muitas mães e avós eram reticentes na entrega das crianças, algo absolutamente compreensível, mas que viria a se tornar fatal para elas. Algumas vezes, quando Irena ou as suas companheiras voltavam a visitar as famílias para tentar fazê-las mudar de opinião, verificavam que todos tinham sido levados para os campos da morte.

Ao longo de um ano e meio, até à evacuação do gueto no Verão de 1942, conseguiu resgatar mais de 2.500 crianças por várias vias: começou a recolhê-las em ambulâncias como vítimas de tifo, mas logo se valia de todo o tipo de subterfúgios que servissem para os esconder: sacos, cestos de lixo, caixas de ferramentas, carregamentos de mercadorias, sacos de batatas, caixões... nas suas mãos qualquer elemento transformava-se numa via de fuga.
Irena vivia os tempos da guerra pensando nos tempos de paz e por isso não ficou satisfeita só por manter com vida as crianças. Queria que um dia pudessem recuperar os seus verdadeiros nomes, as suas identidades, as suas histórias pessoais e as suas famílias. Concebeu então um arquivo no qual registrava os nomes e dados das crianças e as suas novas identidades.
Os nazistas souberam dessas atividades e em 20 de Outubro de 1943; Irena Sendler foi presa pela Gestapo e levada para a prisão de Pawiak onde foi brutalmente torturada.

Árvore plantada no Yad Vashem em homenagem a Irena Sendler.
Ela, a única que sabia os nomes e moradas das famílias que albergavam crianças judias, suportou a tortura e negou-se a trair seus colaboradores ou as crianças ocultas. Quebraram-lhe os ossos dos pés e das pernas, mas não conseguiram quebrar a sua determinação. Foi condenada à morte. Enquanto esperava pela execução, um soldado alemão levou-a para um "interrogatório adicional".
Ao sair, gritou-lhe em polaco "Corra!". No dia seguinte Irena encontrou o seu nome na lista de polacos executados. Os membros da Żegota (grupo de resistência ao nazismo) tinham conseguido deter a execução de Irena subornando os alemães, e Irena continuou a trabalhar com uma identidade falsa.
Em 1944, durante o revolta de Varsóvia, colocou as suas listas em dois frascos de vidro e enterrou-os no jardim de uma vizinha para se assegurar de que chegariam às mãos indicadas se ela morresse. Ao acabar a guerra, Irena desenterrou-os e entregou as notas ao doutor Adolfo Berman, o primeiro presidente do comité de salvação dos judeus sobreviventes. Lamentavelmente, a maior parte das famílias das crianças tinha sido morta nos campos de extermínio nazis.
De início, as crianças que não tinham família adotiva foram cuidadas em diferentes orfanatos e, pouco a pouco, foram enviadas para a Palestina.
As crianças só conheciam Irena pelo seu nome de código "Jolanta". Mas anos depois, quando a sua fotografia saiu num jornal depois de ser premiada pelas suas ações humanitárias durante a guerra, um homem chamou-a por telefone e disse-lhe:
Em Novembro de 2003 o presidente da República Aleksander Kwaśniewski, concedeu-lhe a mais alta distinção civil da Polónia: a Ordem da Águia Branca. Irena foi acompanhada pelos seus familiares e por Elżbieta Ficowska, uma das crianças que salvou, que recordava como "a menina da colher de prata".

Segue o filme, dividido em duas partes:




A Irena e a todos os heróis anônimos espalhados por aí.
Minha admiração eterna.
E meu eterno obrigado.

Sem mais,
Salu.


Fontes: http://www.morasha.com.br/conteudo/artigos/artigos_view.asp?a=741&p=0
https://pt.wikipedia.org/wiki/Irena_Sendler




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